Data: 20/05/2014
Redução de nível em até 13 metros foi anunciada por Furnas. Após protestos de moradores e políticos, juiz quer
Liminar impede redução de nível da Represa de Peixoto no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)
Do G1 Sul de Minas
Uma liminar da Justiça Federal expedida nesta terça-feira (20) suspendeu a medida anunciada por Furnas Centrais Elétricas que pretendia reduzir o nível da Represa de Peixoto, que fica entre Passos (MG) e Delfinópolis (MG), em até 13 metros. Na liminar, o juiz Bruno Augusto Santos Oliveira determina ainda que Furnas apresente as justificativas para a redução do nível do lago.
O anúnciou gerou vários protestos de moradores e autoridades que temem as consequências da queda do nível. Na segunda-feira (19), moradores, prefeitos e representantes de Furnas se reuniram em uma audiência pública para discutir a questão. Por causa da estiagem, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estuda a redução do reservatório até a cota mínima, que é de 653 metros em relação ao nível do mar. Atualmente, o nível está em 663 metros, três abaixo do nível máximo,que é de 666 metros.
Moradores e donos de ranchos apontaram vários impactos negativos que a cidade pode sofrer caso a medida seja tomada, como, por exemplo, a balsa, que é o principal meio de acesso ao município. Na agricultura, o primeiro impacto é na irrigação de lavouras, além dos ranchos, que também devem ficar sem água. Outra preocupação é com as áreas onde o esgoto é lançado.
Liminar impede redução de nível da Represa de Peixoto no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)
Liminar impede redução de nível da Represa de Peixoto no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)
Desde o comunicado, moradores têm se mobilizado através de manifestações. Na última semana, um protesto aconteceu em frente à prefeitura durante uma reunião com representantes de Furnas.
Prevenção
Para prevenir o desabastecimento de água, o sistema de captação de Passos (MG) e São João Batista do Glória (MG) já recebe mudanças para evitar a falta de água.
Em Passos, por exemplo, cerca de 80% da água que abastece o município vem do Ribeirão Bocaína. A outra parte é captada na Represa de Peixoto, trabalho que começou há dois anos no limite com São João Batista do Glória, próximo à ponte que liga os municípios.
Hoje a profundidade no local é de cerca de três metros. Com a redução do nível do reservatório, já está sendo construída uma nova plataforma flutuante para que a captação da água não seja interrompida. Um estudo realizado por Furnas mostrou que o leito do Rio Grande deverá voltar a aparecer e somente com o novo sistema será possível bombear a água até a estação de tratamento.
O mesmo sistema já existe em São João Batista do Glória, onde toda a captação é feita no Rio Grande e não existe outra alternativa para abastecer a população. Sem a plataforma flutuante, o município ficaria sem água.
Prejuízos
Quando o nível do lago baixar, um dos locais que deveria secar em Delfinópolis é uma área que é conhecida como \"Prainha\". O local é um dos pontos onde o esgoto é lançado, já que uma estação de tratamento ainda está sendo construída no município. A estação deverá ficar pronta apenas em setembro. Outra preocupação é com relação à travessia de balsa, a principal forma de acesso à cidade. Os portos poderão ser alterados para outros pontos.
O comunicado de Furnas Centrais Elétricas não informa um prazo, mas pelos próximos meses, o lago poderia baixar sempre que necessário, dependendo da geração de energia. Além de Delfinópolis e Ibiraci, outras cidades que poderiam ser afetadas são São João Batista do Glória (MG), Cássia (MG) e Passos (MG).
Fonte da noticia: G1 SUL DE MINAS EPTV